sábado, 6 de março de 2010

Pensando no mais importante

Era uma penitenciária feminina e o grupo de prisioneiras concentrava-se em ampla sala.

Estavam ali a contragosto.

A diretora convidara um orador para proferir uma palestra e tornara obrigatório o comparecimento.

Percebia-se, no grupo, o enfado, os rostos contraídos, a contrariedade.

Pesava o ambiente. A diretora apresentou, em breves palavras, o convidado.

Dando-se conta daquele mal estar, ele começou a contar uma história, permitindo a interferência daquelas mulheres.

O ambiente se modificou, e elas começaram a participar.

Em determinado momento ele perguntou acerca do que seria a coisa mais importante na vida.

Depois de um grande silêncio, uma voz vinda do fundo da sala, disse:

O amor. A liberdade. - arriscou outra.

O dinheiro, a saúde, enumeraram a seguir. O orador ouviu e ouviu.

Quando o silêncio se fez, ele considerou:

Para mim, a coisa mais importante na vida é a paz de espírito.

O amor vem e vai, quando não se tem paz.

Se a liberdade fosse importante, ninguém estaria aqui, pois se faria tudo para não perdê-la.

Aliás, a verdadeira liberdade é interior.

Pode-se estar no cárcere, mesmo inocente.

Pode-se permanecer livre pelas ruas e, no entanto, preso aos vícios e às paixões.

Quanto ao dinheiro... Ele compra muita coisa.

Quase tudo. Menos a paz.

A saúde pode ser perdida pela negligência, pelos excessos, pelas dissipações.

A verdadeira paz dá felicidade, porque decorre de uma conduta reta, sem erros a serem ressarcidos.

Decorre de um coração pacífico, sem mágoas nem paixões.

Finalmente, de uma consciência tranqüila, que é o resultado de outras aquisições.

Jesus nos ensinou a usar as coisas, a ter posses, sem depender delas. Ele lecionou viver o amor sem o corromper.

A resguardar a saúde, a fim de preservá-la.

No entanto, quando se referiu à paz, Ele a deu, afirmando ser uma paz que o mundo não podia dar.

Não era a paz amolentadora da ociosidade, nem a paz fictícia dos homens que assinam tratados e apertam mãos,

sem a promoverem de verdade.

A paz que Ele concede é a que decorre da abnegação, da dedicação ao próximo, da realização do bem.

Essa é a paz que proporciona a felicidade.

Quando acabou, uma paz de felicidade espiritual impregnava o ambiente. Uma musicalidade delicada reinava

nos corações, modificados... Reflexões e pensamentos inundavam aquelas mentes sofridas e atormentadas.

Não se afadigue pela posse das coisas.

Quase sempre quem possui fica possuído pelas coisas que passam a atormentá-lo.

Liberte-se das amarras terrenas.

Permita-se inundar pela paz do cristo, essa que ele oferece aos que o desejam seguir.

E então, você desfrutará do mais importante bem da vida: a paz de espírito.

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